
Design Thinking: O que é, importância e como aplicar
Você sabe como a Apple tornou-se a primeira companhia da história a atingir a marca de 1 trilhão de dólares em valor de mercado? Utilizando Design Thinking.
Não se engane achando que o conceito vale apenas para a área de Design ou para empresas de tecnologia ou apenas para gênios como Steve Jobs.
Com base no pensamento dos designers, essa é uma abordagem que pode ser utilizada para criação de qualquer projeto e no desenvolvimento de produtos de todos os segmentos.
Ficou curioso(a)? A seguir, te explicamos o que significa e como aplicar na prática o Design Thinking.
O que é Design Thinking?
O Design Thinking é o que une o desejável do ponto de vista humano com o que é tecnológica e economicamente viável.
Ao contrário do usual Design tradicional, que tem como objetivo a melhoria ergonômica, funcional e visual de um determinado produto, o Design Thinking está relacionado ao processo criativo, englobando não só o produto físico, mas também, todo o seu processo de criação.
A grande sacada por trás dessa abordagem inovadora é aliar a criatividade a uma abordagem mais humana.
Ela incentiva as organizações a se concentrarem nas pessoas para as quais estão criando, o que leva a produtos, serviços e processos internos mais eficientes e que têm mais valor para o usuário.
Pense no iPhone: quem tem um não é porque acha necessariamente que é melhor que os outros smartphones, mas é porque criaram um laço com ele.
Apesar de estar super em alta, o Design Thinking não é uma moda passageira. A abordagem vem se consolidando ao longo dos anos e levando muitas empresas a promoverem mudanças radicais que levam a resultados surpreendentes.
As 5 fases do design thinking

A metodologia do Design Thinking, na prática, funciona em etapas.
1. Imersão
Também conhecida como Empatia, a primeira etapa do Design Thinking nada mais é do que mergulhar no problema e buscar entender todos os seus elementos – o problema em si, o público, as outras soluções já disponíveis e a sua empresa.
Um dos principais desafios da imersão é entender o problema de uma forma empática, buscando identificar a percepção do público sobre o tema.
Ou seja, colocar-se no lugar do consumidor por meio de pesquisas, para que os produtos criados sejam facilitadores de problemas cotidianos vividos pelos clientes.
2. Análise e Síntese
Após entender em detalhes o seu problema, é hora de analisar os dados coletados e elaborar uma síntese para guiar o processo de criação da solução.
Essa é a etapa em que o objetivo é limitar as soluções para o que realmente desejam os consumidores.
3. Ideação
É a famosa etapa do brainstorming. Após o entendimento do problema e da análise das possibilidades, é hora de reunir o máximo de ideias que possam solucionar a questão de forma eficiente para o seu público.
Hora de deixar a criatividade rolar solta. Incentive os funcionários envolvidos no processo a criarem e pensarem fora da caixa, sem certo ou errado.
Uma boa solução geralmente surge de um conjunto de ideias, a partir de várias perspectivas sobre o problema.
4. Prototipagem e teste
Agora, é a hora em que as ideias começam a sair do papel e se transformar em soluções reais – também chamamos de protótipos.
Nessa etapa, tudo que foi feito até aqui deve se conectar para chegar a uma oportunidade de negócio para a empresa.
Os protótipos são uma forma de testar a aderência da solução pensada junto ao público. Ainda existe tempo, aqui, de corrigir falhas antes de chegar ao modelo definitivo.
5. Implementação
Agora é hora de lançar o produto ou serviço no mercado. Se você seguiu todos os passos até aqui, a chance de não funcionar é mínima.
Mas atente-se que o Design Thinking, na verdade, não é um processo com começo, meio e fim.
Esses 5 passos são acompanhados pela ideia de que o produto nunca está pronto e pode ser constantemente aprimorado.
Volte um passo ou dois, se for preciso. Retome e melhore uma ideia que ficou para trás Teste de novo. O processo circular e inacabável.
Ferramentas utilizadas no Design Thinking
Você achou a abordagem do Design Thinking interessante, mas não sabe por onde começar a aplicá-lo?
A seguir, veja algumas das principais ferramentas utilizadas por quem usa a metodologia.
Brainstorming
Traduzido como Tempestade de Ideias, o Brainstorming tem como objetivo estimular a criação de ideias e a busca por soluções realmente inovadoras.
Nada mais é do que uma reunião do grupo envolvido na solução de um problema em que deve se expor e discutir um grande número de possibilidades para solucionar o problema.
A premissa é que seja um ambiente de ousadia, sem críticas ou julgamentos. Tudo o que vier à cabeça deve ser colocado na mesa para ser discutido. A filtragem das ideias será feita em outro momento.
Mapas Mentais
É uma ferramenta muito utilizada e eficiente para organizar as novas ideias, porque possibilita que o grupo tenha uma visualização mais clara e concreta.
Com o uso de recursos visuais, como figuras, desenhos, imagens, quadros, cores, entre outros, a ideia é colocar tudo no papel e desenhar mesmo, ligando uma coisa na outra.
Isso ajuda a perceber se o que está sendo pensado faz sentido e também gera insights valiosos.
Existem diversos softwares que podem ser usados para criar Mapas Mentais. Veja alguns:
- XMind
- Coggle
- Mind Manager
- Mind Meister
- Mind Node
Mapa da empatia
Tendo em vista que o Design Thinking é uma prática focada na experiência do usuário, a empatia é uma das bases dessa abordagem e é fundamental saber se colocar no lugar do outro para compreender melhor quais são as suas necessidades.
Por isso, a criação de um Mapa de Empatia é uma ferramenta bastante útil para reunir as informações sobre o cliente e facilitar as soluções.
Ela consiste em fazer perguntas estratégicas para traçar o perfil do cliente, que podem ser por meio de entrevistas com clientes. As respostas são colocadas em um quadro, o que facilita a visualização e a compreensão dos dados.
Cocriação com o cliente
Dependendo do produto ou serviço a ser desenvolvido, convidar clientes para participarem da sua criação, principalmente nas fases de ideação e prototipagem, pode ser muito útil.
Afinal, é ele que vai utilizar o produto ou o serviço que está sendo desenvolvido.
Convide um ou mais clientes para participar de reuniões e atividades em grupo. Isso vai favorecer a colaboração e a criatividade, agregando diferentes conhecimentos e perspectivas.
Há ferramentas específicas para a cocriação com clientes, como:
- Golden Circle
- Criação de personas
- Mapa de proposta de valor
Storyboard
O Storyboard é uma representação visual, a partir de quadros estáticos com desenhos, colagens ou fotografias e um roteiro, que tem como objetivo comunicar uma ideia através de uma história.
A história é separada em seções, com atores, cenários e enquadramentos. A intenção é permitir uma clara visualização sobre o uso do produto ou serviço desenvolvido, buscando personalizar o público ao qual a solução será destinada.
Gamification
Esse recurso pode ser utilizado em qualquer etapa do Design Thinking e consiste em transformar o processo em uma atividade lúdica, trazendo à sua execução a dinâmica e o prazer dos jogos.
Afinal, jogos são excelentes para estimular a criatividade das pessoas, engajar e aumentar a produtividade. Assim, tornam mais simples atingir metas e objetivos em qualquer contexto.
Ao propor uma competição entre os participantes, o mediador pode lançar desafios a serem superados, fazendo com que todos se esforcem e usem a criatividade em favor da equipe.
Leia este artigo e entenda por que gamification tem tudo a ver com Neuromarketing
Como aplicar Design Thinking no seu negócio
Existem muitas formas de aplicar Design Thinking em uma empresa. Aliás, qualquer empresa, grande ou pequena, pode tirar proveito desse método.
A seguir, veja algumas formas nas quais você pode se inspirar para começar agora!
1. Pratique a empatia para conhecer seus clientes
Não, você não sabe tudo sobre o seu cliente, o que ele pensa ou sente. Por isso, conhecer seus usuários é o primeiro passo para criar produtos e serviços que eles desejam e precisam.
A empatia, que é a base do Design Thinking, ajuda muito nesse processo. Colete informações sobre o seu consumidor, pode ser por meio de entrevistas, observações, cocriação, pesquisas, redes sociais.
2. Construa protótipos
Ao invés de querer fazer um mega projeto, que leve meses e envolva muitas pessoas e recursos, pense em fazer protótipos das melhores ideias que surgirem.
Pode ser com papel e caneta ou outros recursos acessíveis, como uma apresentação de slides (PPT), para criar ideias e obter feedbacks que o ajudarão a entender melhor se as necessidades de seus clientes estão sendo sanadas antes de investir na produção.
3. Transforme os problemas em perguntas
Quando um problema surgir, não parta imediatamente para a busca pela solução. Em vez disso, faça uma pergunta que possa aproximá-lo da raiz do problema ou trazer insights que levem à solução.
Não precisa ser uma só.
Estruture perguntas a partir de informações coletadas durante a observação do universo dos seus clientes.
Ao ir atrás dessas respostas, você provavelmente vai encontrar uma boa solução.
4. Comece pela estrutura interna da empresa
Muitas pessoas se apaixonam pelo Design Thinking e querem utilizá-lo logo no seu produto final ou em alguma inovação para os clientes, mas esquecem de investir na criação de uma cultura organizacional que utilize as bases da metodologia.
Colaboração, cooperação, incentivo à criatividade e empatia em todos os processos, inclusive nos internos.
Vamos aplicar o Design Thinking?
Para gerir qualquer negócio nos dias de hoje, é necessário ter uma grande capacidade de adaptação e inovação.
Tudo muda a todo momento e às vezes temos a impressão de que estamos ficando para trás. O Design Thinking ajuda muito nesse sentido, porque ele olha para e através do cliente.
Com as ferramentas certas e uma cultura organizacional dinâmica, criativa e inovadora, tudo fica mais fácil, custa menos e, ainda, é mais eficaz e certeiro.
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Ah, e não esqueça que o processo do Design Thinking pode ajudar inúmeras profissões, como Estilista de Moda.