Líderes do futuro: Competências, Exemplos e Como você pode se tornar um
Foi-se o tempo em que as lideranças ditavam regras e eram figuras inalcançáveis perante suas equipes.
O papel dos líderes do futuro (que já chegou) mudou de curso e se sustenta muito mais em ouvir, trabalhar de forma horizontal e, acima de tudo, ser adaptável perante os desafios diários de uma organização.
Mas não só isso.
É demonstrar, também, sentimentos, emoções, empatia e exercitar o fortalecimento de relações interpessoais.
Não por acaso empresas como Google, Tesla, Amazon, 99, Uber, Nubank, Quinto Andar e iFood se destacam por seus resultados, que nada mais são do que um reflexo direto da atuação de suas lideranças.
Quer saber mais detalhes sobre o papel dos líderes do futuro?
Leia este artigo até o final e confira as competências mais importantes para desenvolver na sua carreira.
Afinal, por que se fala tanto em líder do futuro?
Há quem diga que um líder só é solitário se quiser, pois ele tem uma organização inteira para ajudá-lo.
E essa afirmação nunca fez tanto sentido.
No contexto VUCA (Volátil, Incerto, Complexo e Ambíguo), o líder do futuro precisa utilizar essas constantes mudanças a favor de seus liderados e, claro, de toda a empresa.
Conforme o holandês Christian Kromme, futurista e autor do best-seller Humanification – Go Digital, Stay Human, diante do cenário em que a tecnologia parece empurrar as pessoas para longe de elementos humanos, é importante olhar para as emoções e desenvolver, mais do que nunca, as soft skills.
Trata-se de competências sócio-emocionais que se tornam cada vez mais decisivas nos ambientes corporativos e mesmo em pequenas empresas.
Mas é possível formar uma liderança assim?
Para o professor de Harvard e escritor indiano, Ram Charan, a liderança é uma habilidade que pode ser ensinada, aprendida e desenvolvida.
E por onde começar?
Segundo especialistas, uma forma simples de as empresas começarem a pensar o futuro é formar times para as pessoas conversarem sem medo de falar.
E, claro, que essas rodas de conversa sejam compostas por pessoas diversas.
Para a antropóloga e coordenadora do Lab de Tendências da Casa Firjan, Carol Fernandes, a troca é importante para desfazer certezas que são construídas e que não são absolutas.
“Estejam abertos, tanto para o que seu time vai falar, como também para se questionar e questionar a própria empresa. Será que o modelo é esse, será que não está na hora de repensar?”
O ato de questionar e, sobretudo, provocar, é defendido pelo head do Copenhagen Institute for Futures Studies na América Latina, Peter Kronstrøm, como um dos principais papéis do líder do futuro.
Quais competências o líder do futuro precisa?
Diante das novas relações de trabalho e do contexto de transformação digital, novas competências passam a ser exigidas dos líderes do futuro.
Confira abaixo, uma lista das habilidades consideradas essenciais para essa função.
1. Liderança humanizada
Como já citamos aqui, a liderança humanizada é um dos grandes desafios do líder do futuro.
É imprescindível que os líderes, hoje substituam o lugar de chefe arbitrário, que tudo sabe, pela imagem de um gestor que inspire, lidere através do exemplo e demonstre suas emoções.
Importante, também, criar oportunidades para expor medos, sentimentos e expectativas entre a equipe.
2. Enxergar seus liderados como parceiros
Um dos papéis do líder do futuro é enxergar seus colaboradores não como subordinados, mas parceiros de equipe.
É através desse mindset que ele pode aprender com seus liderados e exigir metas conjuntas em um ambiente de parceria.
3. Priorizar a diversidade
Não existe futuro sem diversidade. E o principal desafio dos líderes é a priorização de uma equipe com formações, culturas, gêneros e raças diferentes.
Esse conjunto oferece melhores serviços e produtos para o público.
Mas não só isso.
Conforme pesquisa da Mckinsey, as empresas com maior pluralidade em suas equipes alcançam resultados até 21% maiores do que aquelas em que essa questão ainda não é uma prioridade.
4. Reconhecer as falhas
A reconhecida autora Brené Brown discorre em seu livro Coragem para liderar sobre a importância de exercitar a vulnerabilidade em todos os tipos de relações.
No âmbito profissional, não é diferente.
O bom líder deve ser vulnerável o suficiente para observar seus limites e ter humildade para reconhecer quando comete algum erro.
Para Brené, nem sempre as lideranças contam com todas as respostas para seus liderados e lideradas.
E não existe nada de errado em reconhecer isso.
Em sua visão, líderes que evitam se sentir vulneráveis, naturalmente não estão abertos a conversas difíceis — nem mesmo para feedbacks contínuos, construtivos e honestos.
5. Trabalhar a empatia
Empatia, nada mais é do que o ato de se conectar com as emoções por trás de uma experiência.
No papel de líder, a empatia acontece quando os gestores enxergam outros pontos de vista, não julgam as pessoas, escutam e comunicam o que entenderam de determinada situação.
Ainda que não exista uma receita mágica para criar a empatia, o ato de simplesmente ouvir e prestar atenção no outro já diz muito sobre o papel de líder.
6. Adepto a inovações
Um bom líder do futuro é visionário.
Ou seja: busca inovar e não tem medo de implementar mudanças e novas rotinas a fim de alcançar resultados mais significativos.
Afinal, inovação não é só sobre tecnologia. Mas sobre transformação.
4 líderes que que já incorporam as habilidades do futuro para você se inspirar
1. Luiza Trajano
Luiza Trajano é exemplo de uma liderança que vai além do mundo corporativo.
Fundadora e diretora do Magazine Luiza, a empresária integra hoje o ranking Revista Times das 100 pessoas que fizeram a diferença no mundo.
Também carimba presença no ranking das três mulheres mais poderosas do Brasil, segundo a Forbes.
Além de ter sido uma das primeiras lideranças a inovar e criar uma loja virtual (inicialmente de eletrodomésticos), Luiza está à frente de iniciativas voltadas a causas sociais e ambientais.
É também uma das fundadoras do Instituto Para Desenvolvimento do Varejo e do Grupo Apartidário Mulheres do Brasil.
“Quando pensamos em futuro, logo vem à cabeça referências tecnológicas mirabolantes. No caso da Magazine Luiza esse ‘futuro’ já faz parte do presente da organização, que não considera a presença digital uma escolha ou uma opção, mas sim um fato. Entretanto, o futuro que falo aqui tem a ver com o que construímos no presente: inclusão.”
2. Anitta
Maior nome brasileiro na indústria da música atual, Anitta é respeitada não só pela carreira enquanto artista, mas por sua faceta como empresária.
Líder nata, ela trabalha de maneira estratégica as parcerias com músicos de diversos estilos e marcas que se relacionam com seu público.
Para a cantora, estabelecer parcerias sólidas e olhar para o que está acontecendo ao lado é uma das estratégias mais importantes para conseguir viabilizar seus projetos.
Outra lição de Anitta enquanto líder é o estudo constante.
A artista defende em suas palestras a importância de valorizar o aperfeiçoamento profissional, a aprendizagem de outros idiomas, além da busca por conhecimento através de cursos os mais diversos.
3. Rachel Maia
Primeira mulher negra a ocupar uma posição de CEO no Brasil, Rachel Maia é uma acumuladora de pioneirismos.
Isso porque é também a primeira mulher negra a ocupar uma cadeira em um conselho de administração em empresas como Grupo Soma, Vale e Banco do Brasil.
Como CEO, tem passagens em empresas como Pandora, Lacoste e Tiffany & Co.
Recentemente, em 2021, a líder lançou o livro “Meu caminho até a cadeira número 1”, obra que escreveu com o o objetivo de levar outras mulheres negras à alta liderança.
Para Raquel, fazer parte do mundo corporativo, liderando multinacionais, permitiu que ela entendesse a necessidade de falar sobre pluralidade.
“As empresas que não forem plurais correm o risco de quebrar, pois o consumidor procura empresas com conteúdo, e a tendência é procurar cada vez mais”, disse em entrevista à CNN.
Veja também: Mulheres negras na sociedade: Desafios e Exemplos de luta e resistência
4. Rony Meisler
Co-fundador e CEO da Marca Reserva, Rony Meisler acredita que as empresas devem, sim, lucrar, mas que é preciso ter paixão e propósito pelo que fazem.
Através de uma liderança engajada, a Reserva é considerada hoje uma marca que se posiciona e enfrenta polêmicas em seu mercado.
Em sua trajetória, a marca já errou no tom e teve o correto posicionamento de pedir desculpas.
Rony, que também viaja o Brasil como palestrante, já criou campanhas de respeito à diversidade sexual e de combate à fome.
“A inovação não é a tecnologia, é uma mentalidade que foca na jornada do cliente para pensar o produto.”
Líder do futuro: um transformador de realidades
O papel do líder do futuro nas organizações é fundamental. Cabe a ele a função de realizar as transformações necessárias para levar os negócios e, por consequência, a sociedade para outros padrões.
Como bem podemos perceber, esse profissional precisará adotar um caráter destemido, que consiga se adaptar com facilidade aos cenários de mudança e planejar estratégias que não deixem de considerar a diversidade, a saúde emocional e a parceria entre seus liderados.
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